
Pandemia, cotas e grana: entenda por que a busca por financiamento estudantil cresceu 38% em 2023
Pandemia, cotas e grana: entenda por que a busca por financiamento estudantil cresceu 38% em 2023
A busca pelo ingresso no ensino superior privado fez com que mais de meio milhão de estudantes procurassem os financiamentos estudantis públicos e privados no Brasil no primeiro trimestre de 2023, um aumento de 38% em relação ao mesmo período de 2022.
O número é resultado de um levantamento realizado pela plataforma Pravaler, destinada a facilitar o acesso à educação, com base nos dados de mais de 500 instituições de ensino e em informações divulgadas pelo Ministério da Educação em relação ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O programa, destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições privadas, recebeu 205.177 inscrições para as 67.301 vagas ofertadas.
“O aumento da demanda pelo financiamento estudantil está relacionado ao entendimento por parte dos estudantes de que a formação superior é a principal fonte para que eles consigam uma boa colocação no mercado de trabalho e, assim, vislumbrar um futuro melhor”, acredita Beto Dantas, diretor de operações do Pravaler.
Uma pesquisa feita pelo Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior do Brasil, em parceria com a Workalove, empresa de produtos de tecnologia para orientação e desenvolvimento de carreira, reforça esse comportamento de mercado.
Ela mostra que 80,2% dos jovens que concluíram o ensino médio, mas ainda não iniciaram uma graduação, pretendem se matricular no ensino superior ainda em 2023.
Para Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, a concorrência para ingressar em uma universidade pública é muito acirrada e esse é um dos principais motivos de tantas pessoas buscarem o financiamento estudantil como uma alternativa para conquistar o diploma universitário.
“O afastamento dos jovens no período da pandemia, em 2020 e 2021, e mesmo em 2022, por causa de questões financeiras e econômicas, além da saúde mental, foi um fator importante no cenário educacional. Muitas pessoas ficaram sem saber o que fazer e não conseguiram finalizar o ensino médio nesse período. Agora, elas estão retornando e os programas de acesso ao ensino superior do governo, seja o Universidade para Todos ou por meio das universidades públicas gratuitas, não atendem a toda a demanda.”
Fonte: R7