Fazer intercâmbio nos EUA é o sonho de muita gente que quer evoluir no inglês, conhecer uma nova cultura e turbinar o currículo. Mas, na prática, sempre surgem as mesmas dúvidas: como fazer intercâmbio nos EUA, quanto custa, quais são os melhores lugares, qual a idade mínima e se dá para estudar e trabalhar ao mesmo tempo.
Neste guia, você vai entender o passo a passo para tirar esse plano do papel, conhecer os principais tipos de programa, vistos de estudo, custos e pontos de atenção para se organizar com antecedência.
Neste artigo você vai encontrar:
Como fazer intercâmbio nos EUA?
Antes de olhar valores e vistos, o ideal é pensar no “como”: qual é o seu objetivo com um intercâmbio, quanto tempo você pretende ficar, que tipo de experiência busca e quanto pode investir. De forma geral, o caminho passa por:
- definir o objetivo (aprender inglês, fazer ensino médio, graduação, pós, curso técnico etc.);
- escolher o tipo de programa;
- selecionar país/cidade e escola;
- entender o visto adequado;
- organizar finanças e documentação;
- aplicar para o programa e, depois, para o visto. A partir daí, fica mais fácil comparar opções e montar um plano concreto.
Veja também: Intercâmbio ou faculdade no exterior – qual vale mais a pena?
Por que os EUA são tão procurados?
Os Estados Unidos são um dos destinos de intercâmbio mais desejados do mundo por vários motivos:
- Qualidade de ensino: universidades reconhecidas globalmente e escolas de inglês com metodologias consolidadas;
- Contato intenso com o idioma: o inglês está em tudo – aula, rua, transporte, lazer, trabalho voluntário;
- Mercado de trabalho global: ter experiência acadêmica ou de idiomas nos EUA pesa bastante no currículo;
- Cultura e networking: filmes, séries, música, esportes, tecnologia… tudo isso faz parte do dia a dia, além do contato com pessoas do mundo inteiro. Por isso, quem busca intercâmbio nos EUA normalmente quer unir estudo, experiência de vida e oportunidades futuras.
Melhores lugares para fazer intercâmbio nos EUA
Não existe “a” melhor cidade, e sim a melhor cidade para o seu perfil. Mas alguns tipos de destinos aparecem com frequência entre os mais procurados.
Nova York / Los Angeles
Aqui entram grandes metrópoles, como Nova York e Los Angeles. São cidades cheias de opções de escola, cultura, lazer, transporte público e networking. Em compensação, costumam ter custo de vida mais alto, especialmente em moradia e alimentação.
Boston
Também vale olhar para cidades universitárias, como Boston ou regiões com muitos campi e community colleges. Em geral, têm forte ambiente acadêmico, muitos estudantes internacionais e uma rotina um pouco mais tranquila que as mega capitais – o que pode ser ótimo para focar nos estudos.
San Diego
Outra opção são cidades de porte médio, muitas vezes menos turísticas, com custo de vida mais acessível e um cotidiano bem “vida real” americana. Elas podem ser ideais para quem quer mergulhar na cultura local e gastar menos com moradia e transporte. Na hora de escolher, pense em:
- objetivo do programa (idiomas, high school, graduação etc.);
- clima (frio intenso x temperatura mais amena);
- custo de vida;
- tamanho da cidade e estilo de vida que você prefere.
Definir o tipo de programa
O próximo passo para saber como fazer intercâmbio nos EUA é definir o tipo de programa mais adequado para você. Alguns dos mais comuns:
- Curso de inglês de curta duração: ideal para quem quer ficar de 2 semanas a alguns meses, focando 100% no idioma.
- High School: indicado para adolescentes que querem cursar um semestre ou ano do ensino médio em escola americana, morando com família anfitriã ou em residência estudantil.
- Community College: faculdades comunitárias de 2 anos, com custo menor do que universidades tradicionais e possibilidade de transferência de créditos depois.
- Graduação e pós: para quem quer fazer um curso completo (bachelor) ou uma pós-graduação nos EUA. Cada formato tem regras específicas de visto, duração e carga horária. Por isso, a escolha do programa vem antes do processo de visto.
Como solicitar o visto de estudante para os Estados Unidos?
Depois de ser aceito em uma escola ou instituição, começa a etapa do visto. Em linhas gerais, o passo a passo é:
- Escolher um curso em instituição autorizada a receber estudantes internacionais (credenciada pelo governo americano);
- Receber o documento da escola: geralmente, o formulário I-20 (para F-1/M-1) ou DS-2019 (para J-1), emitido pela instituição;
- Pagar a taxa SEVIS, que registra o estudante no sistema de controle de alunos internacionais;
- Preencher o formulário DS-160 (solicitação de visto online) e pagar a taxa consular;
- Agendar e comparecer à entrevista no consulado/embaixada dos EUA, com todos os documentos: passaporte, formulários, comprovantes financeiros, carta da escola, fotos etc;
- Aguardar a análise e, se aprovado, receber o visto no passaporte. As regras podem mudar com o tempo, então é essencial sempre conferir as orientações atualizadas no site oficial do consulado ou do Departamento de Estado dos EUA.
Tipos de visto para estudar nos EUA
Existem diferentes tipos de visto para estudar nos EUA. Os principais para estudantes internacionais são:
Visto F-1
É o visto de estudante acadêmico mais comum. Ele se aplica a:
- cursos de inglês em escolas de idiomas;
- cursos acadêmicos em colleges e universidades;
- ensino médio (High School) em algumas situações. Com o visto F-1, o aluno precisa manter carga horária mínima e frequência, seguindo as regras da instituição e do governo americano. Em geral, é possível trabalhar apenas em condições específicas, normalmente em atividades dentro do campus e com limite de horas semanais.
Visto J-1
O visto J-1 é voltado para programas de intercâmbio cultural e acadêmico, como:
- programas de High School com bolsa ou parceria;
- programas de pesquisa e intercâmbio universitário;
- alguns estágios e programas de trainees. Ele costuma estar associado a organizações patrocinadoras, que fazem a ponte entre o estudante, a instituição americana e o governo dos EUA.
Visto M-1
O visto M-1 é para estudantes de cursos vocacionais ou técnicos, como:
- escolas de aviação;
- programas técnicos de curta e média duração;
- cursos com foco profissionalizante, e não acadêmico. Com o visto M-1, o trabalho não é permitido durante o curso, pois o foco principal é o estudo vocacional/técnico. Em alguns casos específicos, pode haver um período curto de treinamento prático após a conclusão do programa, sempre com autorização prévia das autoridades de imigração. O estudante precisa seguir exatamente o plano de estudos acordado.
Quanto custa um intercâmbio nos EUA?
Chegamos à pergunta de um milhão de dólares: quanto custa um intercâmbio nos EUA? Não existe um valor único, porque o custo depende de:
- cidade e região;
- tipo de curso;
- duração do programa;
- tipo de acomodação;
- estilo de vida do estudante.
Ainda assim, é possível ter algumas faixas de referência por tipo de programa.
Gastos com moradia
Independentemente do tipo de visto, moradia é um dos itens que mais pesa no orçamento. As principais opções são:
- Casa de família (homestay): mais comum em programas de inglês e High School. Inclui quarto e, muitas vezes, algumas refeições.
- Residência estudantil/dormitório: muito presente em colleges e universidades. Pode ficar dentro ou próximo ao campus.
- Apartamento compartilhado: solução frequente para estudantes de graduação e pós. É possível dividir aluguel, contas e gastos do dia a dia. O custo de moradia pode variar de cerca de US$ 900 a US$ 2.000 por mês ou mais, dependendo da cidade, do tipo de acomodação e se é dentro ou fora do campus.
Curso de inglês de curta duração
Os cursos de inglês são a porta de entrada de muitos estudantes. Em geral:
- Mensalidade: programas intensivos podem variar de cerca de US$ 700 a US$ 2.000 por mês, dependendo da escola, da carga horária e da cidade;
- Moradia: casa de família ou residência estudantil costuma ficar em uma faixa semelhante à citada acima (algo em torno de US$ 900 a US$ 2.000 por mês, a depender da região);
- Custo de vida: alimentação, transporte, chip de celular e gastos gerais também entram na conta. Na prática, um intercâmbio de 1 mês de inglês nos EUA pode ficar na casa de alguns milhares de dólares, somando curso, acomodação e despesas básicas.
High School
No High School, o estudante passa um semestre ou ano letivo cursando o ensino médio nos EUA. Os custos costumam incluir:
- mensalidade/tuition da escola;
- acomodação (família anfitriã ou residência);
- alimentação;
- transporte;
- material escolar, uniforme e atividades extracurriculares.
Veja também: Como funciona o Intercâmbio Au Pair?
Programas de High School podem chegar facilmente a dezenas de milhares de dólares por ano, variando conforme se a escola é pública parceira de programa, particular, internação (boarding school) ou com bolsa. Por isso, é um tipo de intercâmbio que exige planejamento financeiro da família com bastante antecedência.
Community College
O Community College é uma opção muito procurada por quem quer cursar parte da graduação com custo menor do que em universidades tradicionais. De forma geral:
- Tuition anual em community colleges públicos para estudantes internacionais costuma ficar em uma faixa de aproximadamente US$ 6.000 a US$ 20.000 por ano, a depender do estado e da instituição.
- Moradia e custo de vida podem adicionar algo em torno de US$ 10.000 a US$ 18.000 anuais, dependendo da cidade e do estilo de vida. Mesmo assim, muitas vezes o community college sai mais em conta do que começar diretamente em uma universidade de 4 anos, e o estudante pode tentar transferir créditos depois para continuar o curso em outra instituição.
Universidades (Graduação e Pós-graduação)
Aqui entram cursos de graduação completa (bachelor) e pós-graduação (masters, MBAs, especializações). Em linhas gerais:
- Graduação em instituições públicas pode custar entre US$ 20.000 e US$ 40.000 por ano em tuition para estudantes internacionais, conforme curso e estado;
- Em universidades privadas de ponta, os valores podem ultrapassar US$ 50.000 anuais de mensalidade;
- Somando moradia, alimentação, transporte, seguro saúde e outros gastos, o custo total anual pode ir de cerca de US$ 30.000 a mais de US$ 70.000 em alguns casos.
Por isso, quem pensa em graduação ou pós nos EUA precisa de um plano financeiro robusto – que pode envolver economia prévia, bolsa, apoio da família e até estratégias para viabilizar a faculdade no Brasil depois, usando a experiência do intercâmbio como diferencial.
Se você já está se imaginando de mala pronta, vale também pensar no pós-intercâmbio: como bancar a faculdade quando voltar para o Brasil. Se a ideia é usar a experiência nos EUA para turbinar o currículo e conquistar uma vaga em uma instituição privada, o financiamento estudantil pode ser um grande aliado.
Com quantos anos pode fazer intercâmbio nos EUA?
Não existe uma única idade para fazer intercâmbio nos EUA, isso muda conforme o tipo de programa:
- Programas de High School costumam aceitar estudantes a partir de 14 ou 15 anos, dependendo da série, da escola e das exigências da agência;
- Cursos de inglês geralmente aceitam maiores de 16 ou 18 anos, variando de acordo com a escola e se o estudante vai viajar sozinho ou acompanhado;
- Graduação e Community College são voltados para quem já concluiu ou está concluindo o ensino médio;
- Pós-graduação exige diploma de graduação e, muitas vezes, experiência profissional. O mais importante é lembrar que:
- menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis e estrutura de suporte (família anfitriã, escola, seguro, acompanhamento etc.);
- para adultos, não há “idade máxima” – é totalmente possível fazer intercâmbio aos 25, 30, 40 anos, ajustando o programa ao momento de vida.
É possível estudar e trabalhar nos EUA durante o intercâmbio?
Essa é outra pergunta clássica: como fazer intercâmbio nos EUA e trabalhar ao mesmo tempo? A resposta é: depende do visto e do tipo de curso, mas, em geral, as regras são bem mais restritivas do que em outros destinos. Alguns pontos importantes:
- Com o visto F-1, em muitos casos o estudante pode trabalhar apenas dentro do campus, em vagas oferecidas pela própria instituição, e geralmente com limite de até 20 horas semanais durante o período de aulas. Trabalhos fora do campus (off-campus) só são permitidos em situações específicas, como programas de estágio curricular (CPT) ou treinamento prático após o curso (OPT), sempre com autorização prévia;
- Com o visto J-1, algumas categorias de programa permitem trabalho ou estágio, mas isso depende do tipo de intercâmbio, das regras da organização patrocinadora e da legislação vigente;
- Com o visto M-1, as possibilidades de trabalho são ainda mais limitadas (o trabalho não é permitido durante o curso).
Por isso, a orientação geral é: não conte com o trabalho nos EUA como fonte principal de renda para se manter durante o intercâmbio. Ele pode até complementar a experiência em alguns casos, mas o planejamento financeiro precisa estar estruturado antes da viagem.
As regras de trabalho e vistos podem mudar ao longo do tempo, então sempre consulte as informações mais recentes nos canais oficiais do governo americano e do consulado dos EUA no Brasil.
Para concluir: fazer intercâmbio nos EUA exige planejamento, informação e um bom alinhamento entre objetivo, orçamento e tipo de programa. Com as etapas bem organizadas, escolha da cidade, do curso, entendimento do visto, simulação de custos e preparação financeira, o sonho de estudar nos Estados Unidos fica muito mais perto da realidade. E, se o seu plano inclui também fazer faculdade no Brasil com mais tranquilidade financeira, vale considerar uma solução de crédito estudantil que caminhe ao seu lado nessa jornada.


