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Mensagem: resumo do livro de Fernando Pessoa Mensagem: resumo do livro de Fernando Pessoa

Mensagem: resumo do livro de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa foi um grande poeta, filósofo, ensaísta, crítico literário e dramaturgo português. Em suas obras, utilizou muitos heterônimos para refletir sobre vida, verdade, morte e identidade. “Mensagem”, o único de seus livros publicado em português, é um livro de poemas dividido em três partes. 

Quer aprender mais sobre o livro e ler alguns de seus poemas?

É só continuar lendo! 

Sobre o que fala o livro “Mensagem”?

O livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa, foi publicado em 1934 e chamado pelo poeta de “pequeno livro de poemas”. A obra foi composta em 21 anos, e possui evidente característica nacionalista. 

Leia mais: Fernando Pessoa: conheça a vida e obras do poeta 

Apesar de ser uma obra modernista, assim como o restante da produção de Pessoa, o livro “Mensagem” contém versos regulares, com métrica e rimas, alinhado ao estilo formal da obra, e é dividido em três partes: “Brasão”, “Mar Português” e “O encoberto”. As características modernistas do livro se concentram principalmente no patriotismo.

O livro reúne 44 poemas enaltecendo Portugal, seu país de origem, e evidenciando seu desejo de que o país superasse a decadência, voltando a contar com o poder e o renome que tinha na época das Grandes Navegações. 

Apesar do tom saudosista, “Mensagem” não é uma obra que se concentra apenas no passado de Portugal. O livro reúne o saudosismo à esperança de um futuro melhor – tudo isso com o tom melancólico característico de Pessoa. 

Brasão

“Brasão”, a primeira parte do livro “Mensagem”, é composta por poemas que traduzem os mitos e história da constituição de Portugal. Personagens importantes aparecerão, como D. Henrique, D. Afonso I (o primeiro rei de Portugal) e D.João II (que assinou o Tratado de Tordesilhas).  

O nome “Brasão” se refere ao Brasão de Armas de Portugal. A obra de Fernando Pessoa, além de impressionar pela qualidade de seus poemas, também traz conhecimento sobre a história lusitana e apresenta personagens importantes da história do país. 

Mar Português

A segunda parte, “Mar Português”, aborda a expansão marítima e as Grandes Navegações, realizadas no período de apogeu do país. Composta por 12 poemas, “Mar Português” utiliza como personagens grandes navegadores, como Vasco da Gama e Fernão de Magalhães. 

É aqui que se encontra o poema mais conhecido de “Mensagem”, que leva o nome da segunda parte: “Mar Português””. Na segunda parte, é possível perceber que os poemas são escritos sem divisões, simbolizando esteticamente o movimento das ondas. 

O Encoberto

A terceira parte do livro “A mensagem” entra no tempo de espera pela recuperação do país. Dividida em três seções (“Os símbolos”, “Os avisos” e “Os tempos”), “O Encoberto” traz o mito do retorno a Portugal de D. Sebastião, que retornaria da colônia brasileira recuperando a grandeza do país.  

Na última parte do livro, saudosismo e esperança se misturam. Será possível viver para ver seu país de origem ressurgir como grande potência? É o que se questiona Fernando Pessoa em sua única obra escrita em português. 

“Mensagem” e a intertextualidade

Mensagem é um livro escrito por um grande poeta português que aborda temas como as grandes navegações, decadência de Portugal, nacionalismo e o desejo de ver o país voltar a crescer. 

Reconhece alguma outra obra com essas mesmas características?

“Os Lusíadas” é uma obra escrita por Camões, também um grande poeta português. O livro aborda a viagem de Vasco da Gama à Índia, tratando o navegador como grande herói da pátria e enaltecendo Portugal. 

A obra de Camões, entretanto, foi escrita centenas de anos antes do que o livro de Pessoa: enquanto o primeiro publicou sua obra em 1572, “Mensagem” foi publicado apenas em 1934. Além disso, Camões utilizou em seus versos o estilo clássico, dividido em longos cantos, bem diferente da estrutura modernista adotada por Fernando Pessoa. Também não há continuidade nos versos de Pessoa, ao contrário dos de Camões, onde há uma linearidade. 

Mensagem: resumo

  • É o único livro em português escrito por Fernando Pessoa;
  • Foi publicado em 1934, mas demorou 21 anos para ser escrito;
  • É dividido em três seções: Brasão, Mar Português e O Encoberto;
  • Possui características modernistas, mas versos regulares;
  • É uma obra nacionalista, que aborda temas como o sebastianismo, heroísmo, soberania portuguesa e as grandes navegações.

Qual o contexto histórico de Mensagem?

O livro “Mensagem” foi escrito em um período entre guerras (o escritor iniciou a produção da obra em 1913). A obra foi publicada, propositalmente, no dia 1 de dezembro de 1934, data comemorativa da Restauração de Portugal em 1640.

Produzido em um cenário histórico em que os países estavam se recuperando da Primeira Guerra Mundial, o livro traz características do pós guerra, como o nacionalismo e desejo de grande dos países, já que muitos tiveram perdas humanas e estruturais graves.

Relembre o que estava acontecendo no mundo no período da publicação do livro “Mensagem”:

  • Transformações culturais, na moda, no comportamento e nos relacionamentos;
  • Estados Unidos como nova potência mundial;
  • Explosão de movimentos pelos direitos das mulheres;
  • Tratado de Versalhes;
  • Revolução Russa;
  • Surgimento de novos países, como Polônia, Finlândia e Estônia. 

Quais são os principais poemas de “Mensagem”?

Configura alguns dos principais poemas do livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa:

“Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

‘’D. Afonso Henriques

Pai, foste cavaleiro.

Hoje a vigília é nossa.

Dá-nos o exemplo inteiro

E a tua inteira força!

 

Dá, contra a hora em que, errada,

Novos infiéis vençam,

A bênção como espada,

A espada como benção!’’

 

“S. Sebastião

‘Sperai! Caí no areal e na hora adversa

Que Deus concede aos seus

Para o intervalo em que esteja a alma imersa

Em sonhos que são Deus.

 

Que importa o areal e a morte e a desventura

Se com Deus me guardei?

É O que eu me sonhei que eterno dura,

É Esse que regressarei.”

 

“Noite

A nau de um deles tinha-se perdido

No mar indefinido.

O segundo pediu licença ao Rei

De, na fé e na lei

Da descoberta, ir em procura

Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.

 

Tempo foi. Nem primeiro nem segundo

Volveu do fim profundo

Do mar ignoto à pátria por quem dera

O enigma que fizera.

Então o terceiro a El-Rei rogou

Licença de os buscar, e El-Rei negou.

 

Como a um cativo, o ouvem a passar

Os servos do solar.

E, quando o vêem, vêem a figura

Da febre e da amargura,

Com fixos olhos rasos de ânsia

Fitando a proibida azul distância.

 

Senhor, os dois irmãos do nosso Nome

— O Poder e o Renome —

 

Ambos se foram pelo mar da idade

À tua eternidade;

E com eles de nós se foi

O que faz a alma poder ser de herói.

Queremos ir buscá-los, desta vil

Nossa prisão servil:

É a busca de quem somos, na distância

De nós; e, em febre de ânsia,

A Deus as mãos alçamos.

Mas Deus não dá licença que partamos.’’

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Texto escrito por: PRASABER
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