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Romanceiro da Inconfidência: poemas de Cecília Meireles Romanceiro da Inconfidência: poemas de Cecília Meireles

Romanceiro da Inconfidência: poemas de Cecília Meireles

“Romanceiro da Inconfidência” é considerada a principal obra de Cecília Meireles, grande poeta e professora brasileira. Publicada pela primeira vez em 1953, a obra é dividida em 5 partes e possui 85 romances ou poemas de caráter narrativo. 

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Continue a leitura e saiba mais sobre a obra!

Sobre o que fala o poema Romanceiro da Inconfidência?

“Romanceiro da Inconfidência” é uma coletânea de poemas dividida em 5 partes. A obra aborda a Inconfidência Mineira e grandes personagens do momento histórico. A narrativa é ambientada em Minas Gerais e se passa durante o período da Inconfidência, no fim do século XVIII. 

Os poemas de “Romanceiro da Inconfidência” são poemas narrativos pertencentes à segunda fase do modernismo brasileiro, escritos com versos regulares e livres e com narrador onisciente. 

Leia mais: Cecília Meireles: conheça a vida e obras da poeta 

Primeira parte

A primeira parte de “Romanceiro da Inconfidência” traz uma introdução sobre o assunto da Inconfidência Mineira, apresentando o cenário e conflitos do momento. 

Na primeira parte são abordados fatos relacionados à morte do revolucionário Filipe dos Santos e à vida de Chica da Silva, escrava posteriormente alforriada. Confira o primeiro poema:

Fala inicial
Não posso mover meus passos,
por esse atroz labirinto
de esquecimento e cegueira
em que amores e ódios vão:
– pois sinto bater os sinos,
percebo o roçar das rezas,
vejo o arrepio da morte,
à voz da condenação;

– a visto a negra masmorra
e a sombra do carcereiro
que transita sobre angústias,
com chaves no coração;
– descubro as altas madeiras
do excessivo cadafalso
e, por muros e janelas,
o pasmo da multidão.

Batem patas de cavalos.

Suam soldados imóveis.

Na frente dos oratórios,
que vale mais a oração?

Vale a voz do Brigadeiro
sobre o povo e sobre a tropa,
louvando a augusta Rainha,
– já louca e fora do trono –
na sua proclamação.

Ó meio-dia confuso,
ó vinte-e-um de abril sinistro,
que intrigas de ouro e de sonho
houve em tua formação?

Quem ordena, julga e pune?
Quem é culpado e inocente?

Na mesma cova do tempo
cai o castigo e o perdão.
Morre a tinta das sentenças
e o sangue dos enforcados…
– liras, espadas e cruzes
pura cinza agora são.

Na mesma cova, as palavras,
o secreto pensamento,
as coroas e os machados,
mentira e verdade estão.

Aqui, além, pelo mundo
ossos, nomes, letras, poeira…
Onde, os rostos? onde, as almas?

Nem os herdeiros recordam
rastro nenhum pelo chão.

Ó grandes muros sem eco,
presídios de sal e treva
onde os homens padeceram
sua vasta solidão…

Não choraremos o que houve,
nem os que chorar queremos:
contra rocas de ignorância
rebenta a nossa aflição.

Choramos esse mistério,
esse esquema sobre-humano,
a força, o jogo, o acidente
da indizível conjunção
que ordena vidas e mundos
em pólos inexoráveis
de ruína e de exaltação

Ó silenciosas vertentes
por onde se precipitam
inexplicáveis torrentes
por eterna escuridão!”

Segunda parte

É na segunda parte que Cecília de Meireles aborda a conspiração conhecida como Inconfidência Mineira e apresenta Tiradentes, revolucionário condenado à morte. 

Terceira parte

A terceira parte da obra traz Cláudio Manoel da Costa, advogado e poeta também acusado de conspiração. 

Os poemas desta parte abordam as sentenças dos inconfidentes acusados de envolvimento no movimento revolucionário.  

Quarta parte

A quarta parte traz Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga e suas desventuras pela África, após ser preso e exilado do Brasil.

Quinta parte

A coletânea de poemas é finalizada trazendo a rainha Maria I, “a louca”, e Marília de Dirceu, já envelhecida. 

Resumo da obra

  • Romanceiro da Inconfidência é considerada a principal obra de Cecília Meireles
  • O livro é narrado em terceira pessoa e possui narrador onisciente
  • “Romanceiro da Inconfidência” é uma coletânea de poemas narrativos
  • A história se passa no final do século XVIII, período da Inconfidência Mineira
  • A obra aborda a Inconfidência Mineira e seus personagens marcantes
  • O livro faz parte da segunda geração modernista e, por isso, seus versos são regulares e livros 

Qual o foco narrativo do livro Romanceiro da Inconfidência?

O foco narrativo de “Romanceiro da Inconfidência” é um narrador lírico que conta, em versos, a história da Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira, como também é conhecido o movimento revolucionário. 

O livro é marcado pelo lirismo épico e versos que vão além do tempo e espaço em que são narrador. 

Quem são os personagens de Romanceiro da Inconfidência?

Confira os personagens de Romanceiro da Inconfidência:

  • Alvarenga Peixoto
  • Bárbara Heliodora
  • Caixeiro Vicente
  • Chica da Silva
  • Chico-Rei
  • Cláudio Manuel da Costa
  • Conde de Assumar
  • Conde de Valadares
  • Contratador Fernandes
  • D. João V
  • Filipe dos Santos
  • Francisco Antônio
  • Inácio Pamplona
  • Joaquim Silvério
  • Juliana de Mascarenhas
  • Maria Ifigênia
  • Marília
  • Padre Rolim
  • Padre Toledo
  • Príncipe D. José
  • Rainha D. Maria
  • Tiradentes
  • Tomás Antônio Gonzaga
  • Vitoriano Veloso

Os personagens são importantes figuras brasileiras, fazendo com que a leitura da obra seja também um mergulho histórico. 

Qual é a mensagem final do livro Romanceiro da Inconfidência?

O livro de Cecília Meireles aborda o ponto de vista de grupos sociais discriminados na época, como escravos, mulheres e trabalhadores. “Romanceiro da Inconfidência” vai além da história oficial dos fatos e traz a versão de diversos personagens pouco levados em conta, mas que fizeram parte do movimento. Assim, evita-se perder a memória desses grupos marginalizados, mostrando que a história não é feita apenas de um único ponto de vista, mas de um compilado de vivências e narrativas.  

A autora também traz como mensagem a crítica social sobre esse período histórico. Dando voz à revolucionários, “Romanceiro da Inconfidência” destaca a importância da liberdade e da defesa do estado. Também coloca os personagens como heróis, utilizando a narrativa lírica e épica.  

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Texto escrito por: PRASABER
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