

Educação financeira: qual a importância de saber sobre finanças?
Se em todo final do mês você pensa que deveria estar fazendo mais pelas suas finanças, seja ao economizar ou aproveitar as oportunidades de investimentos, esse artigo é para você!
A educação financeira pode te ajudar a fazer escolhas responsáveis, que vão além de apenas juntar dinheiro ou interromper gastos. Mas, como se posicionar num contexto de ações, títulos, fundos, renda fixa e variável?
Neste artigo, vamos te apresentar os principais termos relacionados à educação financeira, para te ajudar a entender melhor as finanças. Vamos lá? Boa leitura!
Neste artigo você vai encontrar:
O que é educação financeira?
A educação financeira se baseia no aprendizado de formas eficazes de gerenciamento do dinheiro, de modo que a tomada de decisão sobre gastos e investimentos se torne consciente e voltada para uma melhor saúde financeira do indivíduo.
O conceito foi originado a partir da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que em linhas gerais definiram o termo como um processo de melhora da compreensão em relação ao dinheiro e produtos a partir da informação, formação e orientação, de modo a melhorar também a tomada de decisões.
Na prática, a importância da educação financeira é dar condições para uma pessoa decidir melhor o que fazer com seu dinheiro. É nesse ponto que surgem as estratégias: quanto dinheiro poupar? Onde investir? Ter maior rentabilidade, liquidez ou segurança? Enfim, todas essas perguntas podem ser facilmente respondidas se você tem usa a Educação financeira a seu favor.
Construir patrimônios, ter boas condições no futuro, honrar o compromisso das despesas regulares e evitar problemas financeiros parece um sonho, mas com a educação financeira tudo isso pode ser trabalhado e garantido. De modo geral, a conquista depende de dois importantes exercícios, o trabalho, que ajuda a acumular os recursos necessários ou desejados, e o conhecimento, que contribui para multiplicar esses recursos.
Qual a importância da educação financeira?
A conquista da independência financeira é uma busca constante na sociedade, baseada na aspiração de ter dinheiro o suficiente para conquistar uma vida confortável e um futuro bem sucedido com autonomia. Essa autonomia também se aplica aos momentos de necessidade de grandes aportes financeiros e emergências.
Para quem não tem grandes provisões ou nunca lidou com grandes somas, pode parecer difícil alcançar esse nível de independência. Contudo, estudos indicam que a educação financeira pode promover a maior autonomia de gastos, o controle de gastos pessoais e um futuro mais despreocupado quanto às finanças, com planejamento aliado à alocação inteligente de recursos.
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O processo de Educação e até reeducação financeira exige também uma mudança de mentalidade, pois não se resume apenas à limitar gastos semanais ou excluir da equação de gastos a vida social. Exige, também, a adoção de escolhas mais inteligentes em equilíbrio com demandas e necessidades humanas, como a socialização, as viagens, investimentos imediatos e futuros, consumo, dentre outras variáveis.
Como funciona a educação financeira?
Para iniciar a abordagem sobre a importância da educação financeira, é essencial considerar quatro conceitos fundamentais relacionados ao uso do dinheiro: ganhar, economizar, planejar e investir.
Embora esses princípios possam parecer simples e intuitivos, nem sempre são aplicados de forma efetiva no cotidiano, especialmente por aqueles que enfrentam dificuldades financeiras recorrentes. A ausência de planejamento e de conhecimento sobre esses pilares contribui para decisões impulsivas ou pouco sustentáveis no longo prazo.
Ganhar, primeiramente, diz respeito a considerar a renda principal como um todo, de onde serão extraídos aportes para as despesas fixas necessárias, como habitação, saúde e alimentação, e sairá a possibilidade de economizar e investir.
Economizar significa, basicamente, reservar parte da renda mensal por meio da redução de gastos desnecessários e da priorização do consumo consciente. Trata-se de um comportamento estratégico que visa equilibrar receitas e despesas, evitando o endividamento e permitindo a criação de uma reserva financeira.
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Planejar é o conceito que dá estrutura às demais práticas. Envolve o controle do orçamento, a definição de metas financeiras, o acompanhamento de despesas e a projeção de objetivos de curto, médio e longo prazo. O planejamento financeiro é essencial para garantir decisões coerentes e evitar imprevistos.
Investir, por sua vez, consiste em aplicar os recursos economizados de forma planejada, buscando sua valorização ao longo do tempo. Os investimentos podem variar em tipo, risco e retorno, desde a tradicional poupança até alternativas como títulos públicos, ações e fundos imobiliários.
Para começar a se organizar, uma planilha financeira pode ser o primeiro passo para transformar sua mentalidade em relação às finanças. Preparamos uma planilha de controle de gastos para te ajudar nesta etapa:
Mas, afinal, começar a investir? Na continuidade do artigo, vamos te contar um pouco mais sobre isso.
Educação financeira pessoal
A educação financeira pessoal consiste na adoção de práticas e hábitos conscientes relacionados à gestão do próprio dinheiro, com o objetivo de potencializar ganhos, controlar gastos e promover o equilíbrio entre consumo e planejamento.
Desenvolver uma educação financeira pessoal sólida é essencial para garantir um presente mais organizado e um futuro financeiramente seguro. Com essa prática, é possível manter as despesas mensais sob controle, como contas de energia, água, aluguel, combustível e alimentação, além de viabilizar investimentos que gerem retorno no médio e longo prazo. Também permite reservar recursos para atividades de lazer e convívio social, como viagens, passeios e eventos culturais, sem comprometer a saúde financeira.
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Entre os diversos benefícios associados à educação financeira no cotidiano, destaca-se a melhoria da qualidade de vida. Quando há organização e planejamento, reduz-se o estresse causado por dívidas ou imprevistos.
Educação financeira para jovens
A educação financeira para jovens é uma etapa fundamental na construção de uma vida econômica equilibrada e responsável. Se o planejamento financeiro já representa um desafio na vida adulta, na juventude essa tarefa se torna ainda mais complexa, principalmente por ser o momento em que surgem os primeiros sinais de independência e as decisões financeiras passam a ser de responsabilidade individual.
É comum que jovens iniciem sua vida financeira sem o conhecimento necessário para administrar os próprios recursos, o que pode levar ao endividamento precoce. Por isso, desenvolver desde cedo a capacidade de organizar o orçamento, controlar gastos, poupar e planejar objetivos financeiros é essencial para evitar desequilíbrios futuros e, ao mesmo tempo, abrir caminhos para conquistas mais seguras.
Mais do que um caminho para o enriquecimento, a educação financeira entre os jovens atua como uma ferramenta de proteção contra o consumo impulsivo e o superendividamento, problemas cada vez mais frequentes nessa faixa etária.
Como se organizar financeira?
Afinal, como se organizar financeiramente? Depois de conhecer em detalhes o conceito de educação financeira, é natural que esteja se perguntando como aplicá-lo na sua realidade.
Aplicar os quatro conceitos para a educação financeira, ganhar, economizar, planejar e investir exige uma série de estratégias que vamos apresentar a você nesta seção. Assim, nós te ajudamos e se organizar e reeducar financeiramente com essas dicas:
Faça o seu dinheiro trabalhar por você
A ideia de fazer o seu dinheiro trabalhar para você consiste no ganho de patrimônio e na aplicação em investimentos que gerem rendas passivas, ou seja, fontes de receita que não exigem esforço contínuo para sua manutenção.
Exemplos de rendas passivas são:
- Aluguel de imóveis
- Dividendos (lucros) de ações
- Juros de títulos públicos ou privados, como Tesouro Direto
- Fundos imobiliários
Para investidores mais conservadores, a renda fixa é uma opção segura, pois funciona com base em regras predefinidas de rentabilidade e prazo. Nesse tipo de investimento, o investidor empresta dinheiro a uma instituição, como o governo ou um banco, e, em troca, recebe o valor aplicado acrescido de juros dentro de um período determinado.
Geralmente, o ganho acontece por meio dos juros compostos, que funcionam assim: você ganha juros não só sobre o dinheiro que colocou no começo, mas também sobre os juros que já foram acumulando antes.
Veja também: Entenda o que são juros simples e compostos
Isso significa que o dinheiro vai crescendo cada vez mais rápido, porque os juros vão “se multiplicando” com o tempo. Quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, maior será esse crescimento, ajudando você a juntar uma quantia maior no futuro.
A renda variável é uma opção com mais riscos, mas que pode garantir melhores retornos pois seus ganhos dependem do desempenho do mercado e das empresas em que se investe. Diferente da renda fixa, onde os valores e os juros são mais previsíveis, na renda variável os preços dos ativos, como ações, fundos imobiliários e commodities, podem subir ou descer conforme fatores econômicos, políticos e empresariais.
Veja também: Entenda as diferenças entre débito e crédito.
Isso acontece em função da ação dos juros compostos, que são aqueles que rendem de acordo com o último resultado da sua dívida. Funciona assim: se você deve R$ 1,00 sob juros simples, a cada dia, os juros da sua dívida aumentarão em função desse valor inicial, de R$ 1,00. Agora, se a dívida for sob juros compostos, a cada dia essa dívida renderá sob juros do dia anterior, não do dia inicial, ou seja, se no dia 1 você devia R$ 1,00 e no dia 2, você devia R$ 1,10, no dia 3 a cobrança será sobre R$ 1,10 e assim por diante, aumentando progressivamente o valor devido.
Se você ainda tem dúvidas sobre os termos financeiros, acesse o nosso glossário financeiro em pdf!
Estipule metas realistas
A premissa da educação financeira é, basicamente, atingir metas, sejam elas pessoais ou profissionais. Por esse motivo, estabelecer uma lista com prioridades e objetivos a serem conquistados é tão importante.
Para começar, determine metas que podem ser alcançadas a curto prazo, como a aquisição de um item de valor médio ou até o investimento em fundos de retorno rápido. Dessa forma, você enxerga o resultado do investimento e passa a se incentivar ainda mais.
A cada meta batida, estenda e dificulte seus objetivos, quanto mais desafiador, maiores poderão ser os ganhos – e não serão só financeiros. A priorização faz com que gastos desnecessários e investimentos despreparados sejam evitados e a sua decisão pode ser ainda mais assertiva e rentável.
Conheça os tipos de investimentos
Cada perfil exige um tipo diferente de investimento, cabe você analisar seus objetivos e recursos para determinar qual é o seu modelo ideal.
O mercado de renda fixa oferece diversas opções interessantes mesmo para o investidor sem tanta experiência, como o estudante que está começando a entender a importância da educação financeira ou o trabalhador que não tem um emprego tão bem remunerado.
Você pode recorrer ao Tesouro Direto, escolhendo entre o pós-fixado e o prefixado. Resumidamente, a diferença entre eles é atrelar a rentabilidade a índices como a Taxa Selic ou o IPCA (indicador da inflação) ou acordar um valor no ato da compra do título. Um diferencial é que o Tesouro permite aportes em valores baixos, a partir de R$ 30.
Existem também opções como os Créditos de Depósitos Bancários, que são empréstimos feitos para os bancos viabilizarem projetos e diversificarem suas ações. Essa é uma boa forma de você deixar de ser devedor para se tornar credor de uma instituição financeira. Além disso, é possível investir nas Letras de Crédito Imobiliário, emprestando seu dinheiro para projetos imobiliários e nas Letras de Crédito do Agronegócio, nas quais você investe em projetos do setor rural.
Acompanhe seus investimentos
Se você optar por investir parte dos seus recursos, analise diariamente a evolução ou declínio do investimento. O mercado financeiro é muito dinâmico, e exige um acompanhamento atencioso para garantir as melhores condições de retorno.
Para acompanhar gastos e investimentos e ter controle total da sua vida financeira, tenha a ajuda de planilhas, sites ou aplicativos de finanças. Eles poderão ser fortes aliados para analisar e manter seus orçamentos e investimentos organizados.
Planeje e pague suas dívidas
Não deixe que suas despesas regulares sejam um impeditivo para investir ou manter uma educação financeira ativa. Mantenha os gastos necessários e destarte os que não são obrigatórios, como o cartão de crédito, por exemplo. Analise periodicamente as despesas anotadas e procure reduzir cada vez mais.
Antes de pensar em investir, veja se já acumulou dívidas ou atrasou o pagamento de alguma conta. Se existir débitos pendentes, revise, negocie e pague para corrigir os erros financeiros do passado. Só assim será possível desenhar um plano de evolução nas finanças.
Respeite seu dinheiro
Ganhar dinheiro é muito trabalhoso, todo mundo sabe! E é justamente por esse motivo que precisamos valorizá-lo e utilizá-lo com consciência.
Ao longo do tempo, é natural que surjam diversas despesas. No entanto, é fundamental compreender que quanto maior for a capacidade de economizar e de adotar estratégias eficazes de organização financeira, maiores serão as possibilidades de assegurar um futuro mais estável e bem-sucedido.
Com o intuito de auxiliar nesse processo de organização financeira, desenvolvemos um infográfico que apresenta, de forma ilustrativa, os passos essenciais para a construção de uma vida financeira saudável. Confira a seguir:
Agora que você sabe tudo sobre educação financeira, veja também:
Texto escrito por: PRAVALER